sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O meu olhar encontrou o seu


  O meu olhar encontrou o seu. Era como se todas as pessoas naquele momento não existisse, a música parou.Seus olhos me revelavam todos os seus segredos, sem palavras, sem demasiadas desculpas ou vergonhas, mergulhei nos seus pensamentos como se pudesse lê-los. Seu olhar entrou em mim, como se eu estivesse nua e sem proteção, como se você pudesse ver as minhas falhas e virtudes e transformá-los em algo novo e límpido.
  Retirei os meus olhos dos seus, com vergonha de você encontrar as minhas sombras, mas me percebi involuntariamente procurando-os, como se eu quisesse me achar dentro deles, encontrar-me. Não foi difícil encontrá-los, você também me procurava, como se eu tivesse a paz para a sua guerra. Você veio ao meu encontro e na hora fiquei perdida, sem pensamentos e reações, o seu olhar já me bastava, já me enchia por dentro e me acalmava, não sabia o que iria falar, já que tinha perdido as palavras na hora em que os eu olhar encontrou o meu. Queria poder expressar com clareza o que eu senti a primeira vez que ouvi você falar, mas assim como muitas coisas sentidas não podem ser escritas, preferi ocultar esse sentimento para que pudesse desfrutá-las com as minhas lembranças.
   Finalmente quando pude pensar, balbuciei meias palavras, para que o seu cheiro entrasse dento de mim.
   E foi assim, de um jeito meio bobo (da minha parte) que encontrei aquela que salvou todos os meus dias.    
    

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A sombra de nós mesmos

   Nossa sombra existe e faz parte de nós. Essa dualidade é intrínseca ao nosso ser e apenas quando a abraçamos sem medo e sem vergonha é que encontramos o equilíbrio em nossa vida. Esse é o caminho do meio: nem tanto o mar nem tanto a terra.
    Vivemos em uma sociedade que determina padrões de comportamento, que nos dita regras e nos impõe determinadas atitudes, mesmo que nos façam mal. Já temos gravados em nossas células a memória de que o lado escuro de nossa personalidade não deve ser aceito. Envergonhamo-nos dele e tentamos de todas as maneiras cancelarem a sua existência inevitável  nossa personalidade. Dos pares de opostos que habitam em nós- luz e trevas, santo e profano-, tentamos fingir que só o que é bom existe.
   Mas precisamos criar em nós, dentro de nossos corações, as transformações que queremos ver no mundo lá fora.