quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Inundar


É assim, a gente se inunda mesmo. Chega um ponto onde tudo transborda. A água insípida ganha até um gosto puramente amargo, fruto das lembranças e do passado. A transparência ganha cor negra. O odor é desagradável. E tudo vai infiltrando-se pelas janelas, portas, passarelas. É aí que sei que transbordei em mim. Se é ruim? Não acho, depois irá brotar uma água cristalina aqui por dentro. Beberei de mim de novo, me renovarei.

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